terça-feira, 31 de março de 2020

DPVAT: reservas devem ajudar ao combate do coronavírus

Foto: Wilson Dias - Agência Brasil

DPVAT: reservas constituídas a maior devem ajudar ao combate do coronavírus

 

MP prevê o repasse ao SUS das reservas técnicas constituídas a maior no Seguro DPVAT - 31/03/2020 –

 

Em meio aos esforços federais por conta da pandemia do novo coronavírus (Covid-19), o governo estuda editar nos próximos dias uma nova Medida Provisória (MP) para fortalecer o orçamento do SUS (Sistema Único de Saúde).

A iniciativa é repassar ao SUS os recursos obtidos irregularmente pelo Seguro DPVAT. A Medida Provisório foi prometida pelo ministro Paulo Guedes no dia 16 de março. Segundo ele, a MP injetará R$ 4,5 bilhões na saúde.

Sexta-feira, 27 de março, foi encaminhada à Presidência da República a exposição de motivos do Ministério, documento que enumera as razões para a edição da MP. A Secretaria do Orçamento Federal diz que os repasses de recursos do DPVAT ao SUS ocorrerão sob supervisão da Superintendência de Seguros Privados (SUSEP).

 

Seguro obrigatório para pandemias

EUA estudam criar seguro obrigatório para pandemias

·         Segunda, 30 Março 2020 18:47 - Escrito ou enviado por  Sonho Seguro - SEGS.com.br - Categoria: Seguros -

O U.S. House Financial Services Committee (Comitê de Serviços Financeiros do Governo dos EUA), que supervisiona e faz recomendações sobre legislação relacionada a serviços financeiros, incluindo seguros, pediu a aprovação de uma Lei de Seguro de Risco Pandêmico (PRIA).

A idéia é fornecer um resseguro para cobrir as perdas para o setor de seguros de futuros surtos de pandemia, como a atual crise de coronavírus Covid-19. Tendo como base a experiência adquirida com a Lei de Seguro contra Risco de Terrorismo (TRIA), o Comitê deseja incentivar o governo a procurar a melhor forma de fornecer apoio ao setor de seguros contra riscos de pandemia.

A pandemia de coronavírus Covid-19 aumentou a conscientização sobre a necessidade de seguro contra pandemia e, em particular, cobertura para empresas quando pandemias ameaçam paradas, como agora estamos vendo. Como resultado, os esforços legais para estabelecer parâmetros de resseguro para apoiar o setor de seguros são uma maneira de tentar proteger essa importante área da economia.

A presidente do Comitê, a deputada Maxine Waters (D-CA), explicou o raciocínio por trás da chamada: “As circunstâncias que enfrentamos são sem precedentes e exigirão abordagens criativas. A resposta não deve incluir desregulamentação financeira; os reguladores não devem reverter as salvaguardas implementadas para proteger o sistema financeiro e a economia. De fato, essa crise demonstrou que as salvaguardas que os democratas promulgaram como parte da Lei Dodd-Frank estão funcionando. Ao exigir capital e liquidez mais altos, os bancos estão bem posicionados para continuar emprestando e desempenhando um papel anticíclico importante. No entanto, os consumidores, pequenas empresas e populações vulneráveis ??da América estão sofrendo. Está na hora de uma resposta política e fiscal atender às suas necessidades. ”

O pedido de apoio de resseguro veio realmente da Federação Nacional de Varejo dos EUA, preocupada com o fato de seus membros não poderem reivindicar cobertura de interrupção de negócios na atual crise, já que suas políticas não cobriam pandemias.

Existem numerosos esforços legais para forçar as seguradoras a pagar reivindicações de interrupção de negócios relacionadas a pandemias, com idéias flutuando pelo Congresso e pelo legislativo sobre como eles poderiam apoiar esses varejistas e outros proprietários de empresas em um momento em que muitos tiveram que fechar e parar as operações.

Mas forçar o setor de seguros a pagar não é a resposta, pois o impacto sobre as seguradoras e seus provedores de capital de resseguro pode ser enorme. Portanto, qualquer esforço para que as reivindicações de interrupção de negócios de coronavírus Covid-19 sejam honradas pelo setor deve vir com uma contrapartida para ajudar o setor também.

O PRIA, um pool de resseguro de risco pandêmico, pode ser uma maneira de fazer isso. Embora, para que realmente funcione, seria necessário que o pool fosse financiado pelo menos parcialmente pelo governo, dada a escala do impacto econômico que agora vemos ser possível.

O PRIA proposto funcionaria limitando as perdas totais do setor de seguros que as empresas enfrentariam em um evento de pandemia, com as provisões de resseguro entrando em ação para apoiar reivindicações acima desse nível.

Ainda não há detalhes disponíveis sobre planos específicos para uma Lei de Seguro contra Riscos de Pandemia (PRIA), que está nos estágios iniciais, mas é provável que qualquer trabalho para legislar sobre uma pessoa inclua também uma discussão sobre o uso do mercado de capitais como parte do mecanismo de resseguro por trás dele.

Além disso, e demonstrando que os legisladores estão aprendendo rapidamente com a atual pandemia de coronavírus, o Comitê também pede que sejam adotadas medidas para obrigar as empresas públicas a divulgar sua exposição a riscos de pandemia e também a interrupções na cadeia de suprimentos.

Semelhante aos esforços contínuos para tornar obrigatória a divulgação de riscos climáticos, isso significaria que as empresas teriam de expor abertamente os enormes custos financeiros que poderiam estar no radar, caso ocorresse uma repetição desse surto de coronavírus.

Isso seria positivo para o setor de seguros e resseguros, pois geralmente é somente depois que os riscos são medidos e sua magnitude divulgada que as empresas começam a adquirir os níveis necessários de proteção que realmente precisam.

 

terça-feira, 24 de março de 2020

Resultado positivo em janeiro

Fonte: JRS (adaptado)

Setor de seguros apresenta resultado positivo em janeiro

Em 12 meses, setor alcançou arrecadação recorde de R$ 273,7 bilhões, mas Covid-19 pode gerar contração da atividade econômica - 23/03/2020

 

Em janeiro de 2020, a arrecadação de seguros experimentou forte alta comparada ao mesmo mês de 2019 e à média móvel de 12 meses. Nessas métricas, as taxas de expansão foram de, respectivamente, 17,6% e de 12,6%, com receita de R 23,6 bilhões e de R 273,7 bilhões, novo recorde de arrecadação nos 12 meses encerrados em janeiro. Vale lembrar que a expansão do primeiro mês do ano se deu sem contar as receitas de Saúde Suplementar e DPVAT. Os dados são da SUSEP e constam no estudo da nova edição da Conjuntura CNseg.

A receita de janeiro deste ano, comparada à de dezembro, recuou, o que era esperado pelo efeito das fortes vendas de final de ano, especialmente do Ramo de Acumulação (PGBL e VGBL recuaram 15,8% na passagem de dezembro para janeiro).

Na comparação das médias móveis de 12 meses dezembro/19 e janeiro 20, constata-se que o Segmento de Pessoas avançou de 15,1% para 15,8%; as vendas de Planos de Riscos-Pessoas tiveram ligeira desaceleração (de 11% para 10,4%), compensadas pelos Planos de Acumulação (de 16,7% para 17,8%). Os títulos de Capitalização desaceleram de 13,8% para 13,1%.

Efeito Coronavírus:

O enorme desafio, doravante, será a sustentação dos resultados obtidos em 2019 e até janeiro deste ano, em cenário previsível de contração da atividade econômica provocada pelos efeitos do Coronavírus, e da restrição da circulação geral para a prevenção do COVID-19. Há grande consenso sobre o impacto adverso das necessárias medidas que vem sendo tomadas pelos Governos sobre a produção, o emprego e a renda.

 

quinta-feira, 19 de março de 2020

DPVAT - Investigação apura fraude com mais de meio milhão envolvendo seguro

Investigação apura fraude com mais de meio milhão envolvendo seguro

18/03/2020 / FONTE: CQCS

 

O site ClicRDC, de Chapecó, em Santa Catarina, diz que nessa segunda-feira, dia 16, aconteceu uma operação para apurar fraudes na concessão de seguros de vida e Danos Pessoais causados por Veículos Automotores de Via Terrestre (DPVAT).

Segundo o site, a Polícia Civil informou que pelo menos seis médicos e três advogadas são investigados por atestar falsas incapacidades e auxiliar no encaminhamento de pedidos indevidos. Outras vinte pessoas também são investigadas.

Em 28 casos analisados pela Polícia Civil, o valor em indenizações indevidas supera os  R$ 700 mil. Na Operação, intitulada “Morbus Falsum”, cerca de 33 policiais civis cumprem oito mandados de busca e apreensão em endereços comerciais de Chapecó e Xanxerê (SC). A investigação iniciou em agosto de 2019, pela Divisão de Investigação Criminal (DIC) de Chapecó com apoio dos agentes do Núcleo de Inteligência da Polícia Civil do município.

De acordo com a Polícia Civil, empresas que assessoram pedidos de indenização de Seguros de Vida e de DPVAT, nos dois municípios, atuam de forma indevida. Os policiais afirmam que os beneficiários não possuem o direito a indenizações – seja porque não apresentam as limitações físicas atestadas, porque os pedidos foram encaminhados antes do final do tratamento médico e fisioterápico ou muito após o prazo legal. 

Para apurar casos similares e envolvimentos de outras pessoas – inclusive, agentes públicos que atuam em hospitais da região -, a investigação continua a ser realizada pelos policiais. A suspeita, de acordo com a Polícia Civil, é de que esses profissionais repassam às assessorias informações pessoais e sigilosas de vítimas de acidentes. 

A Operação foi nomeada por conta da expressão do latim, “morbus falsum”, que faz referência ao ato de atestar problemas de saúde de forma falsa para receber indenizações.

 

terça-feira, 17 de março de 2020

Governo vai direcionar R$ 4,5 bi para o SUS

Foto: Divulgação/Exame Fonte: Valor Investe (adaptado)

Governo vai direcionar R$ 4,5 bi para o SUS de reservas técnicas do DPVAT constituídas irregularmente

Seria importante que as autoridades punissem exemplarmente os responsáveis por esse aumento indevido do DPVAT cobrado da sociedade brasileira, até porque a corrupção mata mais que o coronavírus

17/03/2020 –

 

O governo vai direcionar R$ 4,5 bilhões que estão no fundo do DPVAT – que são as reservas técnicas constituídas a maior – para reforçar o orçamento do SUS, disse há pouco o ministro da Economia, Paulo Guedes. Ele disse que foi, assim, encontrada uma fonte para duplicar os recursos direcionados ao Ministério da Saúde para enfrentar a crise do coronavírus. Na semana passada, foram liberados R$ 5 bilhões para a pasta.

O governo também reduziu a zero o Imposto de Importação de 67 produtos de uso médico hospitalar. A medida vale até o fim do ano.

Da mesma forma, os produtos importados para combater os efeitos da doença serão desonerados do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI). E para a produção interna desses itens.

Guedes disse ter recebido muitas sugestões de congelar o preço de produtos como máscaras cirúrgicas. O congelamento, porém, já foi tentado várias vezes no Brasil e o resultado foi o desabastecimento. Por isso, o governo optou por facilitar a importação. "Aí, as máscaras aparecem", disse.

terça-feira, 10 de março de 2020

apenas 18% das mulheres estão envolvidas em acidentes fatais

Fonte: JRS (adaptado)

Mulheres no trânsito: estudo destaca que apenas 18% estão envolvidas em acidentes fatais

Dados mostram que as mulheres são mais cautelosas no trânsito - 06/03/2020 – GENTE SEGURADORA

 

No mês em que se comemora o Dia Internacional da Mulher, a administradora do DPVAT divulga um relatório especial que comprova que elas são mais cautelosas no trânsito. O estudo “Mulheres no Trânsito” mostra que, em 2019, das mais de 353 mil indenizações pagas por acidentes de trânsito, apenas 25% foram destinadas às vítimas do sexo feminino.

Se considerados apenas os pagamentos por acidentes fatais, a diferença entre os sexos é ainda maior: só 18% das vítimas eram mulheres, sendo a faixa etária dos 45 a 64 anos a mais atingida.

Para o superintendente de Operações da Seguradora Líder, Arthur Froes, as mulheres são mais prudentes: “Dados da Polícia Rodoviária Federal apontam que a maioria dos acidentes ocorridos no último ano foram causados por falta de atenção, desobediência às normas de trânsito e velocidade incompatível com a permitida e nesse aspecto, as mulheres costumam ser mais cautelosas quanto à legislação de trânsito”, avalia.

Já em uma análise por tipo de vítima, 16% das vítimas motoristas eram mulheres, enquanto 84% eram homens. A maior parcela das vítimas do sexo feminino era de passageiras dos veículos, representando 56% do total das indenizações pagas.

Quando analisada a categoria do veículo envolvido nos acidentes, 50% dos acidentes fatais envolvendo mulheres foram em automóveis e 37% motocicletas. Das vítimas do sexo feminino que ficaram com algum tipo de invalidez permanente, 76% se envolveram em acidentes com motos e 19% com automóveis.

Na avaliação estatística por região, o Norte chama a atenção porque, embora concentre apenas 6% da população feminina do país, os percentuais de indenizações pagas envolvendo mulheres foram de 9% para morte e 13% para invalidez permanente, ambos maiores do que a concentração de mulheres na região.

Já a região Sudeste, que possui os percentuais de indenização a mulheres mais altos do Brasil – morte (36%) e invalidez permanente (29%) – ficou abaixo da concentração de mulheres na região que é de 43%.

A íntegra do estudo “Mulheres no Trânsito” está disponível no site da Seguradora Líder.

 

DPVAT: das indenizações pagas, apenas 16% foram para mulheres

DPVAT: das indenizações pagas, apenas 16% foram para mulheres

  • No mês em que se comemora o Dia Internacional da Mulher, a Seguradora Líder divulga um relatório especial que comprova que elas são mais cautelosas no trânsito. O estudo “Mulheres no Trânsito” mostra que, em 2019, das mais de 353 mil indenizações pagas por acidentes de trânsito, apenas 25% foram destinadas às vítimas do sexo feminino.
  • Se considerados apenas os pagamentos por acidentes fatais, a diferença entre os sexos é ainda maior: só 18% das vítimas eram mulheres, sendo a faixa etária dos 45 a 64 anos a mais atingida.
  • Para o superintendente de Operações da Seguradora Líder, Arthur Froes, as mulheres são mais prudentes: “Dados da Polícia Rodoviária Federal apontam que a maioria dos acidentes ocorridos no último ano foram causados por falta de atenção, desobediência às normas de trânsito e velocidade incompatível com a permitida e nesse aspecto, as mulheres costumam ser mais cautelosas quanto à legislação de trânsito”, avalia.
  • Já em uma análise por tipo de vítima, 16% das vítimas motoristas eram mulheres, enquanto 84% eram homens. A maior parcela das vítimas do sexo feminino era de passageiras dos veículos, representando 56% do total das indenizações pagas.
  • Quando analisada a categoria do veículo envolvido nos acidentes, 50% dos acidentes fatais envolvendo mulheres foram em automóveis e 37% motocicletas. Das vítimas do sexo feminino que ficaram com algum tipo de invalidez permanente, 76% se envolveram em acidentes com motos e 19% com automóveis.
  • Na avaliação estatística por região, o Norte chama a atenção porque, embora concentre apenas 6% da população feminina do país, os percentuais de indenizações pagas envolvendo mulheres foram de 9% para morte e 13% para invalidez permanente, ambos maiores do que a concentração de mulheres na região. Já a região Sudeste, que possui os percentuais de indenização a mulheres mais altos do Brasil - morte (36%) e invalidez permanente (29%) - ficou abaixo da concentração de mulheres na região que é de 43%.
  • A íntegra do estudo “Mulheres no Trânsito” está disponível no site da Seguradora Líder.

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·         Segunda, 09 Março 2020 18:03 - Escrito ou enviado por  Seguradora Líder - SEGS.com.br - Categoria: Seguros -

 

quinta-feira, 5 de março de 2020

Indenizações a motocicletas correspondem a mais que a metade do total de benefícios pagos

Números do DPVAT mostram fragilidade dos veículos de duas rodas diante de acidentes

·         Quarta, 04 Março 2020 19:18 -Escrito ou enviado por  PAULA BATISTA -SEGS.com.br - Categoria: Seguros

  • Em 10 anos, indenizações a motocicletas e ciclomotores correspondem a mais que a metade do total de benefícios pagos
  • Curitiba, março de 2020 - Um Relatório com dados processados pela Seguradora Líder, administradora do Seguro DPVAT, mostra que em 10 anos (de 2009 a 2018) foram pagas quase 3,3 milhões de indenizações às vítimas de acidentes de trânsito envolvendo motocicletas e ciclomotores, entre condutores, passageiros e pedestres. Deste número, quase 200 mil pessoas morreram, 2,5 milhões ficaram inválidas permanente e quase 560 mil benefícios foram pagos para reembolso com despesas médicas e suplementares (DAMS).
  • Quando comparados a outros tipos de veículos, esses números dão uma dimensão do quanto os meios de transportes em duas rodas estão em condição mais fragilizada diante de um acidente. Automóveis, caminhões e ônibus somaram, no decorrer destes 10 anos, 1.289.018 indenizações (por morte, invalidez e DAMS), quase três vezes menos. Em outra análise, o número total de casos de invalidez para todas as categorias de veículos somadas (automóveis, caminhões, ônibus, motocicletas e ciclomotores) foi de 3.275.815 no período. Só as motocicletas correspondem a 2.530.763 deste total.
  • Nos dez anos do estudo os pagamentos feitos pelo Seguro DPVAT cresceram 28%, mas quando observadas apenas as ocorrências com motocicletas e ciclomotores o aumento foi maior, saindo de cerca de 145 mil indenizações em 2009 para mais de 250 mil em 2018. Os casos de invalidez permanente são os que mais chamam atenção: cresceram 142%, saltando de cerca de 76 mil para mais de 185 mil.
  • Estados mostram que é possível reduzir o número de acidentes
  • Apesar dos dados assustadores, há bons exemplos de redução de acidentes com veículos de duas rodas, e consequente queda no número de indenizações pagas. São Paulo, que detém a maior frota de motocicletas do país (5.604.639), foi, proporcionalmente, o estado com o menor número de indenizações em 2018. Esse posto era do Tocantins em 2009, que em 2018 passou a ocupar o 5º lugar no ranking dos estados com o maior número de indenização pagas (proporcional à frota). Voltando aos últimos da lista o Distrito Federal e os estados do Rio de JaneiroAmapá (com a menor frota) seguidos do Acre que, em 2009, foi o estado que mais pagou indenizações. Entre os estados com maior número de indenizações (proporcional à frota), Roraima e Santa Catarina se mantiveram entre os primeiros lugares da lista tanto em 2009 como em 2018.
  • Na análise regional, em 2009 a região Sul concentrava mais indenizações pagas por acidentes com motocicletas e ciclomotores (55.007). No entanto, o número foi reduzindo e, em 2018, a região apresentou uma queda de 22,7% (42.527). Atualmente, o Nordeste é a região que tem mais vítimas indenizadas pelo Seguro DPVAT.
  • Conscientização dos condutores deve ser prioridade
  • O diretor-presidente do Observatório Nacional de Segurança no Trânsito, José Aurélio Ramalho, lembra de alguns fatores que contribuíram para o aumento da frota de motocicletas no país. “Temos a questão do déficit de transporte público no Brasil e do aumento da população nos grandes centros urbanos, que têm levado pessoas a buscar a motocicleta como meio de transporte, pela facilidade de acesso”. Mas ele recorda que nem todos os condutores têm qualificação e preparo para usá-las com segurança. “O Código de Trânsito Brasileiro prevê que aulas de condução de motocicleta sejam executadas em vias públicas, ou seja, reproduzindo as condições normais de trânsito. E não há um Detran em nenhum estado da federação que cumpra essa legislação. Ou seja, o exame final é sempre em ambiente confinado”, alerta.
  • Quanto à segurança, Ramalho diz que a motocicleta, por ser um veículo automotor, deve ocupar na via o mesmo espaço que um automóvel, apesar do hábito inseguro de circular entre os carros, nos chamados corredores. Ainda assim, é preciso muita atenção do motociclista. “Colisões traseiras são eventuais hoje, com o advento dos smartphones. Se o automóvel colidir com uma moto, o motociclista pode ser prensado entre um veículo e outro. Também há a situação do motociclista que circulando atrás do automóvel fica sem a capacidade de observar, por exemplo, um buraco à frente. Temos que lembrar que o tempo de frenagem do automóvel é diferente da motocicleta, que precisa de um tempo maior para parar”, observa.
  • Em relação ao Relatório, Ramalho adverte que há um período de até três anos para requerer o seguro DPVAT após o sinistro, o que pode gerar diferença entre o número de ocorrências do documento e os que ocorrem efetivamente a cada ano. “Os dados do Datasus, do Ministério da Saúde, demonstram que está havendo uma queda no número de mortos nos últimos três anos”, aponta.
  • O relatório geral do DPVAT (com os números de todos os tipos de veículos) também apontou queda de mortalidade no período de 10 anos. Ainda assim, o volume de indenizações é alto, segundo observação de Luiz Gustavo Campos, especialista em trânsito e diretor da Perkons. “Ao observar o trânsito do dia a dia, no qual todos estamos inseridos, notamos que é preciso um trabalho de reeducação com todos os usuários da via para diminuir a violência no trânsito. A tendência de queda deve ser celebrada, mas enquanto nos depararmos com motoristas de automóveis nervosos pelo fato de uma motocicleta estar à sua frente, ocupando um espaço que no entendimento equivocado seria de um carro, ou motociclistas sem capacete e parando sobre a faixa de pedestres, infelizmente ainda perderemos muitas vidas. O respeito precisa prevalecer e os maus hábitos devem ser corrigidos. É de uma mudança de cultura que necessitamos”, comenta.

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terça-feira, 3 de março de 2020

DPVAT repassou R$ 266 milhões a sindicatos de corretores, diz denúncia

foto: Reprodução/FDR Fonte: GaúchaZH

DPVAT repassou R$ 266 milhões a sindicatos de corretores, diz denúncia

Montante teria sido pago por 22 anos; seguro não é comercializado via proposta da categoria - 02/03/2020

 

Mesmo sem a atuação de corretores em sua venda, o seguro DPVAT teria repassado R$ 226 milhões ao longo de mais de 20 anos a entidades sindicais ligadas a essa categoria. O valor é apontado em denúncia feita pelo SindSusep (sindicato dos funcionários da Susep) à Polícia Federal, a qual a Folha de S.Paulo teve acesso.

Ainda de acordo com a denúncia, sindicatos de corretores teriam influência sobre a Susep (Superintendência de Seguros Privados), o órgão regulador do setor.

O SindSusep sustenta na denúncia que o DPVAT é um seguro obrigatório, que não é comercializado por meio de uma proposta de corretor e por isso não deveria pagar comissão a corretores de seguros.

A Fenacor (Federação de Corretores de Seguros) afirma que os valores pagos aos sindicatos não são comissões de corretagem, mas pagamentos por serviços prestados pelos corretores a famílias das vítimas. Valores de comissões seriam devidos apenas nas vendas de seguros a empresas de transporte coletivo.

O sindicato questiona os repasses e diz ainda que teria havido conflito de interesses nas decisões do órgão regulador.

O mesmo grupo estaria no comando do Ibracor (Instituto Brasileiro de Autorregulação do Mercado de Corretagem de Seguros), entidade que deve substituir a Susep no registro de novos profissionais caso a MP 905, da carteira Verde e Amarela, implante o modelo de autorregulação. A MP está em discussão no Congresso.

A denúncia fala que ao longo dos anos a Susep teria tomado decisões que qualificaram como controversas, dadas por seus conselhos diretores, que não teriam considerado recomendações do corpo técnico da autarquia e apresentaram supostos indícios de irregularidades.

Na mira do governo, o DPVAT é o seguro obrigatório que indeniza vítimas de acidentes de trânsito no país. É gerido pela Líder, consórcio de seguradoras responsável pela arrecadação e pagamento das indenizações.

Desde janeiro, a Folha de S.Paulo vem publicando uma série de reportagens sobre o mau uso dos recursos arrecadados pelo seguro, que serviram de base para pedido de investigação feito pelo MPF (Ministério Público Federal) ao TCU (Tribunal de Contas da União).

Fenacor (Federação Nacional dos Corretores) e sindicatos estaduais da categoria receberam os repasses desde 1995.

Os trabalhadores da Susep dizem que os pagamentos foram feitos sem questionamento da direção do órgão regulador. Com base em resolução do CNSP (Conselho Nacional de Seguros Privados), tiveram direito a percentuais entre 0,5964% e 1,5% da arrecadação total entre 1995 e 2004, quando o pagamento foi suspenso a pedido do Ministério Público Federal.

Depois, segundo a denúncia, a Fenaseg (Federação Nacional das Seguradoras), que na época geria o DPVAT, celebrou convênio com a Fenacor para prestar serviço com objeto igual ao prestado pelos sindicatos de corretores, em valores dobrados.

Ao fim do governo Temer, em 2018, a taxa de corretagem do seguro DPVAT foi reduzida para 0,01%. Em 2019, Bolsonaro tentou extinguir o seguro, mas a proposta foi suspensa pelo Supremo a pedido do partido Rede.

Os servidores da Susep alertaram a PF sobre uma série de decisões supostamente benéficas aos corretores nos períodos em que as lideranças sindicais comandava o órgão regulador. Presidente da Fenacor desde 2002, Armando Vergílio foi superintendente da Susep entre 2007 e 2010, quando dirigia o sindicato dos corretores de Goiás. Ele deixou o cargo para concorrer a deputado federal e foi substituído por Paulo dos Santos, que era presidente do Ibracor.

Em 2016, a superintendência da Susep foi dada a Joaquim Mendanha, que também era presidente do sindicato dos corretores de Goiás, já então ligado ao Solidariedade, quando foi nomeado para comandar o órgão regulador.

A nomeação foi anunciada em notícia no site do Solidariedade de Goiás. “É a segunda vez na história da entidade que um representante do mercado de seguros goiano assume seu comando [da Susep]”, diz o texto.

Mendanha também foi dirigente da Fenacor e hoje preside o Ibracor. Ele é citado na denúncia como um dos diretores a adotarem medidas supostamente protelatórias a uma revisão do convênio entre Susep e corretores. Na sua gestão à frente da Susep, dois outros diretores eram ligados ao mercado de corretores de seguros, também segundo a denúncia dos funcionários à PF.

De acordo com o documento, em 2012 a Susep suspendeu convênios e repasses à Fenacor e ao Sincor (sindicato dos corretores) até que requisições da equipe de fiscalizações fossem atendidas pela seguradora Líder, gestora do recurso.

O conselho diretor da superintendência, então, teria tomado decisões sem consultar equipes técnicas, causando duplicidade em remunerações de sinistros e prejuízo ao consumidor.

Federação diz que entidades atendiam vítimas de acidentes

OUTRO LADO

Em nota, a Fenacor disse que a atuação dos sindicatos estaduais ocorreu durante 23 anos e garantia “um atendimento humanizado e gratuito, em todo o país, visando a orientação, a informação, a recepção de documentos e avisos de sinistros a todas as vítimas de acidentes e seus beneficiários”. Segundo a Fenacor, a atuação dos corretores tinha o objetivo de evitar que atravessadores pudessem se aproveitar de uma situação de fragilidade das famílias no momento de acidentes.

A entidade diz ainda que os sindicatos firmavam convênios de colaboração com Procons estaduais e municipais, polícias civil e militar, secretarias de segurança pública e Ministério Público. A Fenacor diz que os valores pagos aos sindicatos nada têm a ver com comissões de corretagem, por se tratar de pagamentos e reembolsos por serviços efetivamente prestados.

Ela aponta que no valor citado pela reportagem deve estar incluída a comissão de corretagem devida aos corretores de seguros que atuavam nas categorias 3 e 4, de ônibus e micro-ônibus. A entidade diz que era prestada assistência às empresas de transporte coletivo em acidentes envolvendo ônibus com elevado número de vítimas, muitas vezes em localidades de difícil acesso.

Segundo a Fenacor, nas categorias 3 e 4 o DPVAT era comercializado por corretores de seguros por solicitação dos proprietários desses veículos de passageiros.

A Líder, responsável pelo recurso do DPVAT desde 2008, apontou que, em relação aos repasses referentes à corretagem, atendeu às determinações do CNSP (Conselho Nacional de Seguros Privados), órgão ligado ao Ministério da Economia, que estabeleceram um percentual do valor arrecadado do seguro a ser repassado aos corretores.

Procurado, o SindSusep não quis comentar a denúncia.

A atual diretoria da Susep disse que as despesas do DPVAT estão em análise e que possíveis desconformidades serão objeto de ressarcimento.

A reportagem também tentou contato com o Ibracor, que tem Mendanha como presidente, mas não conseguiu até a publicação deste texto.

O que é o DPVAT?

  • É o seguro obrigatório que indeniza vítimas de acidentes de trânsito no país;
  • É gerido pela Líder, consórcio de seguradoras responsável pela arrecadação e pagamento das indenizações;
  • 4,5 milhões de pessoas foram indenizadas em dez anos. Além de indenizações por mortes, também cobre gastos hospitalares e sequelas permanentes.